Obama
foi um presidente que vendeu uma imagem diplomática: Mais acordos,
menos brutalidade. Em sua "gestão" os ataques militares eram "pontuais" e
ele fez até as "pazes" com Cuba. Mas o que isso tem a ver com The
Arrival?
O
longa trata exatamente do diálogo. Se uma raça alienígena nos encontrar
primeiro, obviamente ela será superior a nós. Qual será nossa melhor
arma para nos defendermos? Segundo a forte protagonista: A linguagem.
A
solução é comunicar-se, já que não podemos atacar, ou não queiramos (o
que fica mais entendido no filme). Então, quase que como uma
super-heroína das Letras, ela desvenda o idioma alienígena (que tem
funções maiores do que a simples comunicação, o que não fica bem
aprofundado e dá uma certa superficialidade prejudicial ao poder do
idioma) e usa de suas palavras e poder argumentativo para convencer as
pessoas a não serem instintivas, mas racionais.
Os
argumentos fracos que ela usa para convencer pessoas (e até o exército
americano, o mais belicoso do planeta) tão imersas nos problemas
mundanos é um ponto a ser debatido na narrativa. Já a forma como aborda a
situação, sem efeitos pirotécnicos e demonstração de puro "poder de
computação gráfica" valorizam o filme e fazem jus à sua premissa. Sem
falar na reviravolta na trama que é bem construida, tendo em vista as
dicas dadas no decorrer da história.
Voltando
ao nosso universo e ao momento em que o filme é lançado nos cinemas:
Será que Donald Trump terá o caráter "diplomático" que Obama dizia ter?
Ou será que agirá como a Rússia e a China do filme The Arrival? De
maneira instintiva e "nada americana"?
The Arrival é um filme para suscitar questionamentos, não só sobre nosso contato com seres mais poderosos, mas principalmente sobre a intenção política do longa.
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